quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Artes Visuais, por Arnaldo Antunes











Arnaldo Antunes é um artista completo. Não só pela sua longa e experiente vivência e experimentação musical, mas também por todos os elementos não convencionais que utiliza para transformar a linguagem escrita, oral e visual.
O santista cursou Letras na USP e na PUC-RJ, onde começou a demonstrar seu talento em fundir diversificados tipos de arte. Ele envolveu cinema, artes plásticas e música no super 8 experimental "Jimi Gogh", de 15 minutos,com quadros de Van Gogh e música de Jimi Hendrix.
O cantor participará do projeto Loucos por Música, dia 14, no Canecão (Rj), e estará aqui em Salvador, pelo mesmo projeto, no dia 16 deste mês. O show será na Concha Acústica e traz como convidada a cantora baiana Pitty.
O DVD lançado mais recentemente é entitulado "Ao vivo no estúdio", que como o próprio nome diz, foi gravado ao vivo no Estúdio MOSH, SP, em agosto de 2007. Originou-se de uma vontade do artista de gravar em DVD, desde 2006, quando lançou o álbum Qualquer, do qual retirou a maioria das músicas para o mais novo trabalho, dando-as uma nova "roupagem". Conta com a participação de Branco e Nando (Titãs), Edgard Scandurra, além de Carlinhos Brow e Marisa Monte (cantando músicas dos tribalistas).O DVD foi trabalhado com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas aproximando-se da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado, sugestão do próprio Arnaldo.
Outros Trabalhos

Livros - no total 14, entre os quais diagramou, ilustrou, fez projeto gráfico e capa, editou. Destacam-se "2 ou + corpos no mesmo espaço", com sonorização dos poemas e "Nome" que é parte integrante o projeto composto por vídeo, livro e CD

Textos- (trechos)
Sobre a origem da poesia
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras?Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado.
Cássia Eller
O rugido do mar. A rocha. A lambida da fera. A guitarra. O raio surdo antes do trovão. A faísca que escapa do fio. Tudo ali no canto de Cássia Eller.A brasa do cigarro brilhando na tragada, com a intensidade do que não dura, como a nota; sílaba.Tudo sob controle sobre descontrole sob controle.Sua voz parece um corpo material, de carne e osso e músculo e sexo. Um corpo opaco, massa compacta de graves e agudos soando juntos como um soco, um trago, uma onda de éter na cabeça.Como pode isso emocionar assim?





























































































4 comentários:

No Som disse...

Muito bom! O Arnaldo Antunes sempre vem com idéias surpreendentes, o "Qualquer" é um disco maravilhoso.
Estarei no som!

No Som disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Érico disse...

Otimo!!!

Unknown disse...

Seu blog está muito cult Lai. Adorei =D