sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lenine- Novo Álbum

O mais novo trabalho do cantor e compositor Lenine é o álbum Labiata lançado este ano. A turnê Labiata passou por várias cidades do Brasil: Campinas, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. O CD também foi lançado na Europa, na cidade de Paris, onde o artista falou, numa entrevista, sobre o novo álbum. Labiata conta com músicas como Martelo Bigorna e É Fogo, que podem ser apreciadas no seu site. Na verdade, estão disponibilizadas no site somente as introduções das músicas (com duração de 30s aproximadamente), para deixar uma vontade de comprar o CD e ouvir todas as músicas completas.

Sinta a energia do show da turnê Labiata em Salvador:

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Lenine- Produções


Lenine canta e movimenta.Compõe e experimenta. Produz e dirige. Constrói e descontrói. Faz parte da sua natureza inventiva a agregação de manifestações culturais brasileiras e mundiais. Não é por acaso que suas composições já foram gravadas por talentos como Elba Ramalho, Milton Nascimento e Maria Bethânia. Produz os próprios CD's e de artistas como Chico César("De uns tempos pra cá") e Maria Rita ("Segundo"). Como se não bastasse, o brilhante compositor fez a direção musical da minissérie "Caramuru: A Invenção do Brasil" e do musical "Cambaio", de João e Adriana Falcão, baseado em canções de Chico Buarque e Edu Lobo.

Lenine conseguiu sobreviver numa época em que o mercado brasileiro só trabalhava com rock e ele compunha e criava uma mistura de regional com MPB. É um artista que consegue produzir inovações em um mundo onde reinam as repetições.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Lobão no MTV Debate

O artista Lobão trata de diversificados temas como apresentador do programa MTV Debate. Em um dos seus programas, o assunto em pauta era um questionamento: "O internetês está matando o português?". A partir do tema, os seus convidados, entre lingüistas, estudantes e artistas, debatem defendendo seus pontos de vista em relação às respostas "sim" e "não". É interessante analisar esse assunto por uma perspectiva da variação linguística, pois o "internetês" também é uma das formas de linguagem na contemporâneidade, que atende à uma demanda específica: agilidade na comunicação. Confira o 1° bloco do programa:

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A natureza experimental de Lobão


No dia 17 de novembro, Lobão inaugurou o seu site oficial com muitas novidades. A principal delas, é uma música que preparou especialmente para a inauguração, uma nova versão de Hora Deserta, do disco Noite de 1998, agora intitulada A Hora Deserta Bonanza. Ainda revelou que o cantor Renato Russo morreu no dia do seu aniversário e que, por essa razão, teria escrito a música num clima melancólico, já que foi produzida nessa época. Ele acrescenta no site: "Na época, eu não gostei muito do arranjo, meio eletrônico. Hoje ela tá com uma pegada do jeito que eu queria, mais clássica."

As constantes mudanças de arranjo de suas próprias músicas só fazem comprovar a natureza experimental do músico. Lobão, autor de vários sucessos como Me Chama,Vida Bandida e Vida Louca Vida, foi quem realizou o primeiro encontro da música pop com o samba, chamando a Estação Primeira de Mangueira para participar do seu disco Cuidado! e de seus shows, recordes de público pelo Brasil. Ainda gravou a música A Deusa do Amor com o ícone da MPB Nelson Gonçalves e, ao lançar em 1999 o disco A Vida é Doce pelo seu selo Universo Paralelo nas bancas de jornal de todo Brasil, foi influência para vários artistas como Beth carvalho, Titãs, Naná Vasconcelos, Supla, entre outros que seguiram seu exemplo. A partir daí, tornou-se um ícone da música independente no Brasil, participando de grandes festivais independentes pelo país em uma vitoriosa turnê com mais de trezentas palestras em universidades e rádios comunitárias.



Para ver fotos e vídeos do cantor acesse o site da MTV

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Lobão : a polêmica em forma de artista

Lobão sempre foi essencialmente um revolucionário. Um artista que utiliza da sua musicalidade para estar em posição de discussão de valores, regras e paradigmas encrostados na sociedade, normalmente posições contrárias a tudo isso. Consegue, na interpretação de suas músicas, mostrar seus anseios e agonias de uma forma muito transparente. Ele transpira insatisfação.
O último CD (também DVD) lançado foi o Acústico MTV,em 2007, sucesso de público e crítica. Foi na mesma época que recebeu um convite para substituir o apresentador Cazé no programa Debate MTV, por indicação do próprio. Entrou por acaso, era para ser somente 3 meses, mas o programa teve um enorme sucesso e continua até hoje na emissora, com a apresentação de Lobão, que também participa fazendo as pautas e dando opiniões.
Quanto a ser encrenqueiro ou polêmico, afirma, em entrevista ao site pernambucobeat, que só se dá ao direito de ter suas convicções e que no país da fofoca a opinião ainda é um tabu. Disse ainda: "Eu não quero ser lembrado porque fiz uma determinada música, eu espero ser lembrado por ter um trabalho e uma história consistentes, insistentes, contínuos, sobreviventes e por ser um homem vivendo livre e soberano a desprezar todas as espectativas contrárias, simplismente por fazer aquilo que quer e que gosta."
Ao participar do Fórum de Letras de Ouro Preto deixou sua marca, dando, como é de costume, declarações bastante polêmicas. Entre as coisas que disse, mencionou Chico Buarque como um cantor que faz música anêmica, sem energia, sem vivacidade. Ainda disse: "A Bossa Nova é a mesma coisa, uma música easy listening, que toca em loja de departamento quando a gente vai comprar alguma meia."

Veja o Vídeo de Lobão falando sobre nacionalidade e bossa nova, no MTV Pública:

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Som do Coração - Raise It Up

Como já foi dito na postagem anterior, o filme O Som do Coração foi indicado ao Oscar de melhor canção. A música indicada, Raise It Up, realmente merece tal classificação. Confira:

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Som do Coração : o fascínio da música traduzido em filme

O filme O Som do Coração foi indicado, este ano, ao Oscar de Melhor Canção. Indicação justíssima, pois o filme transpira música e através dos sons, transmite não só emoções, mas também importantes valores.
Conta a história de um casal que só teve uma única e mágica noite de amor e depois não pode mais se encontrar. Ela era violoncelista clássica e ele vocalista de uma banda de rock. Ela ficou grávida e teve o filho, que foi mandado para o orfanato pelo pai dela. O garoto cresceu com a esparança de encontrar os pais usando a sua sensibilidade musical. Até conseguir o seu objetivo, passou por situações de alegria e desventura, claro que todas carregadas de sons e harmonias.
O filme perpassa por sentimentos como a inveja, a ganância, a esperança, a amizade, a exploração tendo a música como filtro, como uma chance de conhecer o desconhecido e descobrir novos horizontes. A música, os sons das ruas, os ruídos são, no filme, transmissores de significados diversos, demonstrando as sensações dos personagens e as transmitindo para os espectadores.
O ponto fulcral do filme é mostrar como é necessária a sensibilidade não só, mas principalmente musical, para que se consiga perceber as coisas que estam bem à nossa frente e não as vemos, ou melhor, não as conseguimos escutar, sentir. Portanto, abra o coração (e os ouvidos!) para essa emocionante história.

Trailer do filme:


Para conhecer uma outra visão sobre o filme clique aqui

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ops! Ainda faltou algo sobre Chico César...


Chico César além de cantor, compositor, jornalista e cidadão comprometido com as suas responsabilidades sociais, é também escritor. Lançou o livro Cantáteis no Brasil pela Editora Garamond e na Espanha pela Edicions Positivas. Saiu tambem como audiobook pela Livro Falante.

Cantáteis, nas palavras do autor, é “um canto de amor e amizade a uma mulher”, e foi escrito impulsionado “por esse sentimento híbrido (amozade) e que muitas vezes julgamos formado por partes que se negam: o amor e a amizade”. A musa, mais além da mulher real que existiu na vida do poeta, é “uma representação de um tipo de mulher de São Paulo. Urbana, letrada, combativa, independente, freqüentadora dos círculos intelectuais alternativos, das rodas artísticas”. Se São Paulo, como disse outro poeta, é como o mundo todo, Cantáteis é uma experiência de linguagem que ultrapassa as fronteiras dos idiomas, das culturas, do nacional, do popular, do erudito, dos gêneros, das identidades, da língua.
Ao mesclar elementos da sua própria experiência, da vida cotidiana, com referências eruditas, da filosofia à política, e da cultura popular, do cinema, do pop, da comunicação de massas e do brega, entre outras, Cantáteis dialoga com uma rica vertente da literatura e da poesia contemporâneas. Mais além, na própria estrutura, por sua proposta cênica, musical (encontra-se em parte musicado) e midiática, o poema se insere no registro multimídia, característica marcante da criação poética a partir do século XX.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Capítulo 4 (e último!) - Novo Álbum



O cantor e compositor Chico César mergulha no espírito de duas principais festas populares nordestinas (o carnaval e os festejos juninos) para criar um disco alegre em que o foco encontra-se na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com bits universais. Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska. No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando de Dodô e Osmar. Enfim, um disco leve para tocar nas ruas e nas pistas, com forte apelo regional e internacional. Para levantar a poeira e o astral, inspirado no saudável estado de espírito com o qual o povo nordestino encara e faz suas festas.


Chico César falando sobre o álbum:

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Capítulo 3 - Projeto Social




Neste ano, Chico César conseguiu concluir a sede do ICCB (Instituto Cultural Casa do Béradêro). O instituto foi fundado em Catolé da Rocha, na Paraíba, cidade natal do cantor e ajuda as crianças carentes da região. Originou-se do projeto de canto coral da Irmã Iracy, moradora da região, intitulado Gente que Canta. O trabalho cresceu e transformou-se na Orquestra Gente que Encanta, quando Chico passou a assumir e ampliar para outras atividades relacionadas à cultura, saúde e auto-estima das crianças e adolescentes. A orquestra passou a fazer apresentações fora da cidade de Catolé, em São Paulo e Recife, por exemplo. Saíu do país em apresentações feitas em Portugual e na Espanha. Com a sede concluída, várias outras atividades foram inseridas, como Capoeira, Dança, Artes Visuais e Teatro. Além disso, estabeleceu uma parceria importante com a Universidade Federal da Paraíba, que dá ao projeto suporte pedagógico enviando professores para qualificar o trabalho e desenvolvendo oficinas na área de literatura.


Parece mesmo que o compositor gosta de afirmar suas raízes sertanejas. Não só nas suas músicas , como em seus projetos sociais (o ICCB, por exemplo) e também no auxílio de outros. No seu site oficial encontra-se uma página intitulada Faça a Diferença, que disponibiliza um link para o site das Cáritas Brasileiras. O projeto visa melhorar as condições de vida das famílias residentes no semi-árido brasileiro, através do abastecimento de água de boa qualidade para o consumo humano através do programa Convivência com o Semi-Árido.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Capítulo 2 - Turnês Internacionais

Daniela Mercury e Chico César cantando À Primeira Vista, na Alemanha




Chico César tem uma bagagem cultural muito grande. A contar pelos tantos países que ele já visitou fazendo shows. Só no ano passado, passou pela Itália, França, Austrália e Nova Zelândia.
Mesmo após uma longa turnê pela Europa e América Latina, no primeiro semestre desse ano, Chico continua desbravando o mundo com sua música. No dia 7, o artista participará do concerto intitulado Cem anos, Cem sonhos, que comemora os cem anos do nascimento do ex-presidente chileno Salvador Allende. O evento contará com a participação de mais de trinta artistas chilenos e estrangeiros (argentinos, espanhóis, panamenhos, cubanos). O concerto será às 21 horas, no Chile - Estado Nacional de Santiago no Chile e será organizado pela Fundação Salvador Allende, que busca com essa iniciativa lembrar a figura do ex-presidente e seu legado.
Chico César já tem shows agendados para fevereiro de 2009 (dias 19, 20 e 21) na Holanda. Ele fará concertos com a Orquestra Sinfônica da Holanda em Amsterdã, Rotterdam e Utrecht.

sábado, 1 de novembro de 2008

Chico César - Capítulo 1 - Raízes


Francisco César Gonçalves, mais conhecido como Chico César, herdou o primeiro nome do pai e do santo com que a mãe se apegava em tudo: Francisco. A origem do segundo nome vem da cisma do único irmão homem de que seria bom o irmão mais novo ter um nome de rei. Daí o César. Durante toda a sua infância morou no Rancho do Povo, numa casa de beira de estrada sem asfalto, há quatro quilômetros de Catolé da Rocha, interior da Paraíba. Conseguiu uma bolsa de estudos do Colégio das Freiras Franciscanas, onde a sua tia Maria era lavadeira. Depois passou pelo Colégio dos Padres Capuchinhos, Colégio Estadual, até chegar, enfim, no Curso de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

O gosto pela música começou aos oito anos, quando começou a trabalhar numa loja de discos e livros. Aos dez anos já participava de "bandas cover"e aos 14, era integrante do grupo Ferradura, que desbravava os festivais com canções próprias. Até que, com 16 anos de idade,quando se mudou para João Pessoa, conheceu o grupo Jaguaribe Carne, que o adotou. O grupo era voltado para a experimentação de linguagens: música aleatória, poesia concreta, cinema novo, Mao Tsé Tung, poesia pornô, música do mundo. A banda é, até hoje, uma referência muito forte na vida do artista.

Em 1984, saiu de João Pessoa e viajou por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro. Sentia-se nordestino demais para tocar nos locais modernetes da cidade, mas com uma música muito esquisita para tocar nas casas de forró. Então continuou a trabalhar como jornalista, sua formação. Foi revisor, copidesque, repórter e preparador de textos. Nos tempos de folga fazia pequenos shows em bares alternativos.

Viajou para a Alemanha a convite da Sociedade Cultural Brasil-Alemanha, para fazer algumas apresentações. Mas, foi o CD Cuscuz Clã, que popularizou suas músicas (Mama África, por exemplo). Daí em diante gravou o Aos Vivos e outros discos com gravações de músicas dele por diversas intérpretes importantes. Além disso, as turnês pelo mundo afora, assunto do próximo capítulo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Carlito Marrom


O projeto Música Falada que aconteceu no Teatro Castro Alves, no dia 5, mostrou uma outra faceta do compositor Carlinhos Brown. Diferente da agitação do carnaval baiano, Brown mostrou-se como intérprete, dosando a emoção e abrindo a alma. Apresentou poemas, descrevendo a si mesmo como "fazedor de versos". Mostrou sucessos como Meia Lua Inteira e A Namorada com arranjos bem diferentes; "Vou apresentar às pessoas a capacidade que a canção de carnaval tem de se transformar", declarou ele ao jornal A Tarde . O improviso, como sempre, foi a marca do seu show. Como principal inovação, Brown mostrou seu lado cantor, menos conhecido pelo espectador baiano. Ele mesmo afirmou, também ao jornal A Tarde: "As pessoas vão ouvir melhor o cantor, sem ser o Carlinhos Brown experimentalista, vão me conhecer como a Europa me conhece, cantando canções já acabadas e vão ficar surpresas."

Esse show só fez confirmar a natureza inventiva de Brown, que tem em si a arte de fundir, redescobrir e percutir sons. É uma fusão de músico e militante, não de uma raça, mas de uma rica multiplicidade cultural. Ele redescobre e reinventa o timbau com sua flexibilidade e versatilidade. É mais do que um simples percussionista, é uma fusão de sons e estilos,veículo de uma obra maior.
O próximo e último show do projeto Música Falada esse ano contará com a participação da banda Chiclete com Banana, no dia 5, às 21 horas. O projeto visará resgatar contos e canções dessa que é uma das mais importantes bandas de axé da história.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vestibular, por Humberto Gessinger

O cantor e compositor Humberto Gessinger, vocalista da banda gaúcha Engenheiros do Hawaí, mostra sua revolta em relação ao processo de seleção injusto e cansativo que é o vestibular, através desse poema:



Quem precisa de ritos de passagem?

... do meu vestibular lembro que John Lennon morreu quando eu me preparava...

... lembro querer Arquitetura, música como segunda opção... a vida consertou...

... lembro de ir às provas sem ter dormido a noite anterior...
... lembro de fazer as provas na maior pressa, com medo de passar mal antes de acabar...
... passei... bem...
... das questões não lembro nada... das matérias muito pouco...
... (A) (B) (C) (D) (E)...
... Química e Biologia seguem divindades de outra civilização...
...lembro da sensação de estar parado no sinal vermelho de uma esquina,
sem saber se o verde ia pintar...
?quem precisa de um funil?

Humberto Gessinger

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Meu, Seu Jorge


Seu Jorge é como um persogem popular : pode ser seu mecânico, seu amigo, seu parceiro, seu Jorge. O apelido ele ganhou com o amigo Marcelo Yuka, baterista do grupo O Rappa. É carioca, flamenguista, devoto de São Jorge, sambista e brasileiro. Diz ter muitos ídolos, a começar pelas "instituições do samba", Nelson Cavaquinho e a Estação Primeira da Mangueira. Na sequência, Romário, Steve Wonder e "nosso ministro do samba", Zeca Pagodinho.
Quando criança, morava numa casinha de um cômodo em Belford Roxo, bairro da Baixada Fluminense. Aos 10 anos, foi iniciado em seu primeiro ofício: borracheiro. Ganhava pouco, mas ainda sobrava dinheiro para pagar o bilhete do cinema. Estufava o peito e entrava de cabeça erguida no Big ou no Riviera, as duas salas de Belford Roxo. Aos 13 anos, começou a ir para portas de bailes, mas só conseguiu entrar com 16. Funk era o que não faltava na Baixada.
Jorge teve muitas profissões. Além de borracheiro, foi vendedor, pedreiro, relojoeiro, marceneiro, office-boy, contínuo de banco. Mas aos 10 anos já havia decidido que queria ser músico e cantor, já prestava atenção no samba e apreciava ver o pai tocar percussão em orquestras de baile de carnaval, de coreto de praça, de parque de diversão.
Seu Jorge já cantava em bares noturnos (imitando o timbre de Renato Russo), quando seu irmão do meio foi assassinado por uma chacina, na padaria do bairro. A família ficou completamente desestruturada e ele vagou na rua, sem ter onde morar, durante três anos. Mudou de hábito, adquiriu vícios, perdeu peso, perdeu o sono, só não perdeu a alegria de cantar. Foi justamente numa noite de gafieira, que foi convidado pelo clarinetista Paulo Moura a fazer teste de voz para uma peça musical. Não deu outra. Acabou encenando mais de 20 peças com a companhia TUERJ (Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e aprendeu vários novos ofícios: expressão corporal, cenografia, iluminação, cenotecnia e produção musical.
A experiência teatral foi um trapolim para a criação da banda Farofa Carioca, um prato combinado de samba, jongo, reggae, funk, rap, circo e dança. Participavam dos shows atores, bailarinos, trapezistas e malabaristas. A primeira grande realização profissional foi o CD lançado em 1998, "Moro no Brasil", em Portugual, no Japão e no Brasil. Seu Jorge define-se como um cantor e compositor popular, que gosta de inúmeros gêneros musicais, mas cujo fundamento é o samba, "O samba é a nossa verdade, nossa particularidade, é nossa medalha de ouro, nosso baluarte, nosso estandarte brasileiro", diz ele.
Além de cantor, compositor, instrumentista e produtor, também atua no cinema. Compôs as trilha sonoras dos longas-metragens "Amores Possíveis", de Sandra Werneck, "A Partilha", de Daniel Filho e "The Life Aquatic with Steve Zissou", de Wes Anderson. Atuou em "Cidade de Deus", no papel de Mané Galinha, filme no qual ganhou reconhecimento internacional.


Para ver Seu Jorge em shows, em Hollywood e Ipanema com a Farofa Carioca e em entrevista ao Programa do Jô e no Profissão Repórter :
www.seujorge.com/blog/home.php

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Loucuras de um Catedrástico


Amor de montar
"Translúcidas camadas tórridas, sobrepostas, textuais,untadas com a manteiga das horas,flambadas em fogo altíssimo,é o calor dos tempos!
Amor de montar: Máquina de gasolina e tempo,quando vê ascendeu, já somos,e encurta a estrada escura
Amor de montar: Delícia dos instantes pífios,quando prova já é já está e é a melhor das comidas terrenas
Amor de montar: Desmontador dos tempos,quando vê já foi, já fez, eu só peço uma coisa meu Deus :um amor de cada vez!"
Zéu Brito


" (sujeito que dispensa adjetivos) Persona e Personagem, ambas irresistíveis. Alma falante; gargalhada única; carisma de primeira.(...) para se dirigir um bicho-artista como Zéu Britto é necessário tomar alguns cuidados.
Primeiro: deixe o bicho livre. Zéu é um artista que sabe como tocar os afetos do público. Segundo: deixe o bicho livre. Britto é um artista que conhece as possibilidades e os limites de ser espontâneo.
Terceiro: deixe o bicho livre. (...) Zéu Britto quando está em cena (e ele sempre está em cena!) não é só Zéu Britto. É um daqueles artistas que dialoga com seus pares."
Michelle Nicié (crítica teatral do site Almanaque Virtual)


Zéu Britto, ator, compositor, poeta irreverente e bem-humorado sempre surpreende com seu elevado grau de loucura. Loucura essa, que nos faz rir junto com ele, com aquela sua gargalhada única. Sempre está em cena, mesmo fora dos palcos. Tem alma de artista. Destacou-se em trabalhos para teatro, cinema e televisão.
Atualmente, Zéu é apresentador do programa "Retalhão", no canal Brasil e seu próximo projeto é o lançamento do DVD "Saliva-me", que também dá nome ao bloco que irá comandar no Carnaval de Salvador, no ano que vem. Em breve, estará aos domingos no programa Fantástico, num quadro sobre Mitologia Grega, com o grupo mineiro "Giramundo Teatro de Bonecos".
Como artista múltiplo, mistura em si mesmo diversificadas referências: Tom Zé, Hélio Oiticica, Zé do Caixão, Carmem Miranda, do Rei do Baião e também do movimento tropicalista.
Dentre todos os trabalho realizados pelo notável artista baiano, destacaram-se:


  1. O grupo "Los Catedrásticos" (integrou por seis anos)
  2. Os clássicos musicais "Soraya Queimada", "Mirabel Molhado" e "Hino de Louvor à Raspada"
  3. Trilhas sonoras para filmes nacionais, como "Lisbela e o Prisioneiro", "Meu Tio Matou um Cara" e o recente "Guerra dos Rocha"
  4. Compôs e interpretou canções para os seriados de TV "Avassaladoras" (HBO) e "Sexo Frágil", no qual também fazia participações atuando.
  5. Atuou nos projetos: "Pastores da Noite", "A Diarista", "Cidade dos Homens" e 'Sítio do Pica-Pau Amarelo"
  6. A bem-humorada cobertura do Carnaval de Salvador pela Rede Bahia"

Letra de "Hino de Louvor à Raspada":

Eu vou te emprestar o meu Presto barba/ Pois quero te ver raspada/Eu só quero raspada/Só quero raspadinha, meu bem/Se você quiser eu raspo também/Raspe logo o matagal/Pra livrar a área/Eu só quero raspada/Só quero raspadinha, meu bem/Se você quiser eu raspo também/Isso é coisa de cigana/Você tá parecendo Claudia Ohana/Tira a palha da cabana/E deixa o sol entrar/Só quero raspadinha, meu bem/Se você quiser eu raspo também .

Para assistir a entrevista com Zéu no Programa do Jô: http://www.zeubritto.blogger.com.br/

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Curiosidades sobre o Baleiro



O versátil artista Zeca Baleiro sempre foi um implacável consumidor de doces e balas, daí a origem do nome. Entre uma aula e outra na universidade, ele saboreava suas balas e geralmente tinha um estoque delas consigo, o que fazia com que os colegas o procurasem quando desejavam comer uma bala. O apelido ficou. Um tempo mais tarde abriu uma loja de balas, tortas e doces caseiros, Fazdocinhá. Aí, já não teve mais jeito, não importava se gostava do novo nome ou não.

Além de cantor e compositor, é também produtor. Baleiro produziu CDs, nos quais geralmente fez os arranjos e participou cantando, tocando ou compondo, entre eles pode-se citar: "AH" de Patrícia Amaral, "O samba é bom" do sambista maranhense Antônio Vieira, e "Velas" de Rita Ribeiro. Sua composição "Salão de Beleza", é faixa de duas coletânias internacionais: "Brésil", coletânia francesa com vários músicos da nova geração brasileira e "Reggae Around the World", coletânia norte-americana com músicos internacionais. Já fez participaçõs em DVD com grandes nomes da MPB, como Osvaldo Montenegro, Alceu Valença e Gal Costa.

No DVD "Baladas de Asfalto e outros Blues", Baleiro teve a idéia de um filme, que começa com o artista dirigindo um TL vermelho como o da capa do CD, e conta a história de sua ida para o show com seus músicos. A direção é de Tiago Worcman, estreiando em um DVD musical. Ele dirige atualmente o programa Alternativa Saúde/GNT e foi roteirista do Brasil Legal, Muvuca e Caldeirão do Huck,o que facilitou a utilização de uma linguagem documental de televisão, com uma edição mais rápida do que o usual, traduzindo a idéia do Baleiro.

Neste ano, a Saravá Discos, selo criado por Zeca e sua empresária Rossana Decelso, lançou duas trilhas que o artista compôs para espetáculos de dança. Entre os seus projetos esse ano, Baleiro reuniu músicas inéditas para o projeto lançado em julho intitulado "O Coração do Homem-Bomba", em dois volumes disponibilizados no seu site para quem quiser ouvir.

Pouco antes de lançar o primeiro disco, Zeca começou a escrever um livro de culinária, incentivado pelos amigos que ele sempre reunia em almoços na rua Heitor Penteado, em São Paulo. Esses alegres almoços aconteciam no pequeno apartamento que dividia com o compositor Chico César, um dos grandes entusiastas do projeto. No livro, iriam constar receitas feitas por ele próprio, receitas de outras pessoas e histórias sobre comer e cozinhar. O cantor diz que o projeto está congelado pro falta de tempo, devido às suas rotinas de viagem e compromissos assumidos depois dos discos, mas que logo vai ter tempo para dedicar-se ao livro, que pretende lançar em grande estilo, com uma grande boca livre.

Essa é uma história interessante. Em fevereiro de 1995, ao ler na Folha de São Paulo sobre o suposto desaparecimento de Stephen Fry, depois de uma crítica negativa a sua atuação numa peça de teatro em Londres, Zeca não poderia imaginar que faria uma entrevista com o ator,dois anos depois, por conta da música bem-humorada que fez sobre o seu sumiço. Vários telefonemas e faxes a Londres foram necessários para que uma entrevista do ator inglês Stephen Fry a Zeca Baleiro pudesse ser marcada. Mas, finalmente, a Folha conseguiu contactá-lo, e a entrevista foi de ambas as partes, com perguntas de Baleiro e Stephen.

Para ler a entrevista acesse: http://www2.uol.com.br/zecabaleiro/ , no tópico Bala news, TV Bala

quarta-feira, 8 de outubro de 2008


Compositor, cantor, arranjador e ator nascido em Irará (BA), Tom Zé é uma das figuras mais originais e controvertidas da MPB. Aprendeu a gostar de música ouvindo rádio em sua cidade natal a ponto de decidir estudar música na Universidade da Bahia, em Salvador. Lá teve aula com Koellreuter, Smetak e Ernst Widmer, e aprendeu harmonia, contraponto, composição, piano, violoncelo. Em 1968, Caetano Veloso trouxe Tom a São Paulo para integrar o movimento capitalista junto a Gilberto Gil, Gal Costa e outros baianos. No final dos anos 80, pelo selo de David Byrne (líder dos Talking Heads), Tom lançou uma coletânia, "The Best of Tom Zé": e os CDs "The Hips of Tradution" e "Com Defeito de Fabricação". Mas a repercussão do seu trabalho internacional ocorreu tardiamente no Brasil (em 1999), durante o Abril Pró Rock em Recife, onde recebeu a maior ovação da história do festival.
Tom Zé é um artista singular e inusitado, não apenas por suas letras (às vezes líricas, outras vezes irreverentes), mas principalmente na sua música e na forma experimental de se expressar. Ele quebra todos os parâmetros usuais e reinventa sons, recorrendo a materiais coo eletrodomésticos, serrotes, buzinas. É simplismente inovador e contagiante.

O DVD "Fabricando Tom Zé", foi lançado no dia 7 de agosto deste ano em todo território nacional. Venceu duas vezes o Festicine de Belém, como melhor documentário longa-metragem e melhor filme e foi exibido no Premiere Brasil em Nova York, no MOMA (Museum of Modern Art). O documentário retrata a vida e a obra de Tom Zé, tendo como fio condutor sua turnê pela Europa, além de narrar episódios da sua infância e situações atuais cotidianas. Os depoimentos do artista são complementados por entrevistas com personalidades como Gilberto Gil, Caetano Veloso, David Byrne e Arnaldo Antunes. "Fabricando Tom Zé" apresenta ao público um músico que não aceita compromissos na sua arte e que aos 70 anos ainda é considerado um músico de vanguarda.


Pra ver o trailer do documentário:






segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Curtas Música

Maria Rita em Salvador
A cantora Maria Rita volta à capital baiana, no dia 24 de outubro, com o show Samba Meu. A apresentação acontece na Concha Acústica do Teatro Castro Alves e os ingressos começam a ser vendidos a partir do dia 1º de outubro, nas bilheterias do teatro, por R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). No repertório, canções como Tá Perdoado, O Homem Falou, Num Corpo Só, Encontros e Despedidas, Caminho das Águas, Cara Valente e A Festa, entre outras. A turnê passou por Salvador em maio, quando a cantora fez show no palco do Cais Dourado, no Comércio. No mês passado, Maria Rita também esteve no Festival de Inverno, em Vitória da Conquista.


Ana Carolina no Wet'n Wild
No dia 25 de outubro, o Wet'n Wild será palco de dois grandes shows. A cantora Ana Carolina volta a Salvador para apresentar o seu CD e DVD Multishow ao vivo: Ana Carolina - Dois Quartos. No repertório estão os sucessos Milhares de Sambas, Cabide, Chevette, Rosas, Tolerância e Encostar na tua. Além de cantar, Ana toca violão, guitarra e pandeiro. Ela será acompanhada por Sacha Amback (teclados), Vinny Rosa (guitarra), Bruno Migliari (baixo), Iura Ranevsky (violoncelo), Leonardo Reis e Siri (percussão), Jorginho Gomes (bateria) e Jurema e Jussara (vocais).
A banda convidada para participar desta festa foi a Negra Cor, comandada por Adelmo Casé. O público pode esperar os sucessos que fizeram a cabeça do público nos últimos verões e as inéditas do novo CD do grupo, ainda sem nome.
http://donanacarolina.wordpress.com/

Ashler Slater e Jota Quest
O músico canadense Ashler Slater passou uma semana com o grupo brasileiro Jota Quest. Eles trabalharam em conjunto na produção do novo disco da banda mineira, no estúdio Minério de Ferro, em Belo Horizonte. Slater é um dos criadores da banda Freak Power- ao lado de Norman Cook, mais conhecido como Fatboy Slim.
http://oglobo.globo.com/cultura

Música Italiana
Por motivos de saúde, a turnê do italiano Lucio Dalla pela América do Sul foi adiada. A assessoria de imprensa da turnê informou que o cantor adquiriu uma virose, o que o impede de viajar nas próximas duas semanas. Ele voltará ao Brasil em 9 de maio. A última vez que esteve no nosso país, em 1997, foi a um show de Djavan e esteve com Caetano. É amigo (e parceiro) de Chico Buarque e de Gilberto Gil, de quem disse: "É preferível um ministro músico do que um que não sabe o que é a música. O mundo não é o mundo sem música".

Samba, Choro e... Jazz!
O músico americano Scott Feiner está lançando seu segundo CD, que faz parte do projeto "Pandeiro Jazz". Já no primeiro albúm do projeto, gravado no Brasil, o novaiorquino destaca o pandeiro, como força rítmica condutora, no lugar da tradicional bateria na formação jazzística. Feiner tem um estilo bem pessoal no pandeiro, que é resultante da excelente mistura de uma formação de guitarrista jazzístico, com sua participação em rodas de samba e chorinho na Lapa. Apresenta-se hoje, no Centro Cultural Carioca (RJ). Os ingressos custam R$ 20,00.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Artes Visuais, por Arnaldo Antunes











Arnaldo Antunes é um artista completo. Não só pela sua longa e experiente vivência e experimentação musical, mas também por todos os elementos não convencionais que utiliza para transformar a linguagem escrita, oral e visual.
O santista cursou Letras na USP e na PUC-RJ, onde começou a demonstrar seu talento em fundir diversificados tipos de arte. Ele envolveu cinema, artes plásticas e música no super 8 experimental "Jimi Gogh", de 15 minutos,com quadros de Van Gogh e música de Jimi Hendrix.
O cantor participará do projeto Loucos por Música, dia 14, no Canecão (Rj), e estará aqui em Salvador, pelo mesmo projeto, no dia 16 deste mês. O show será na Concha Acústica e traz como convidada a cantora baiana Pitty.
O DVD lançado mais recentemente é entitulado "Ao vivo no estúdio", que como o próprio nome diz, foi gravado ao vivo no Estúdio MOSH, SP, em agosto de 2007. Originou-se de uma vontade do artista de gravar em DVD, desde 2006, quando lançou o álbum Qualquer, do qual retirou a maioria das músicas para o mais novo trabalho, dando-as uma nova "roupagem". Conta com a participação de Branco e Nando (Titãs), Edgard Scandurra, além de Carlinhos Brow e Marisa Monte (cantando músicas dos tribalistas).O DVD foi trabalhado com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas aproximando-se da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado, sugestão do próprio Arnaldo.
Outros Trabalhos

Livros - no total 14, entre os quais diagramou, ilustrou, fez projeto gráfico e capa, editou. Destacam-se "2 ou + corpos no mesmo espaço", com sonorização dos poemas e "Nome" que é parte integrante o projeto composto por vídeo, livro e CD

Textos- (trechos)
Sobre a origem da poesia
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras?Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado.
Cássia Eller
O rugido do mar. A rocha. A lambida da fera. A guitarra. O raio surdo antes do trovão. A faísca que escapa do fio. Tudo ali no canto de Cássia Eller.A brasa do cigarro brilhando na tragada, com a intensidade do que não dura, como a nota; sílaba.Tudo sob controle sobre descontrole sob controle.Sua voz parece um corpo material, de carne e osso e músculo e sexo. Um corpo opaco, massa compacta de graves e agudos soando juntos como um soco, um trago, uma onda de éter na cabeça.Como pode isso emocionar assim?





























































































domingo, 28 de setembro de 2008

O poeta Pensador


O melhor tipo de música é aquele que mistura tendências, traz novas roupagens e nos faz refletir com a poesia de sua letra. Falar sobre Gabriel o pensador, artista multiuso, é englobar todas essas características. O último álbum lançado foi Cavaleiro Andante, em 2005. Desde então, o cantor/poeta/escritor somente tem feito aparições em campanhas publicitárias, a exemplo da campanha de vacinação contra a rubéola este ano, e em programas televisivos, os quais ele enriquece com sua linguagem ritmica diferenciada.

Na próxima terça-feira, dia 30, O canal Multishow irá exibir o programa "Essa história dava um filme", no qual Gabriel irá produzir um curta-metragem, contando uma história que vivenciou. Ele vai lembrar do tempo em que conseguiu escapar do serviço militar e tirar um sarro dos militares. O filme conta com a participação de André Ramiro e Arlindo Cruz.
O compositor de Cachimbo da Paz, uma de suas músicas mais polêmicas, é também autor de dois livros: Diário Noturno, que revela poemas e textos durante a carreira musical e anterior à ela, e o premiado Um Garoto Chamado Rorbeto, que lhe deu o Jabuti (o mais importante da literatura nacional) de melhor infantil de 2006.
Apesar de ser classificado somente como cantor de hip hop, Gabriel sempre mesclou ritmos e homenagiou poetas (não só da MPB) em suas músicas, entre eles, pode-se citar Carlos Drummond de Andrade ("no meio do caminho pode ter uma pedra", em Cavaleiro Andante); Tom Jobim , Vinícius de Morais e Caetano Veloso, na música Bossa 9; Rita Lee, Renato Russo e Cazuza em diferentes faixas do álbum Quebra Cabeça e até a música do filme 2001- Odisséia no Espaço (em Neurose). As participações de artistas em seus álbuns também são diversificadas e de variadas vertentes da MPB: de Lulu Santos a Moreira da Silva, de Fernanda Abreu a Lenine. Segmentos para todos os gostos.
Em entrevista à revista Língua Portuguesa, em 2007, o compositor além de falar sobre seu livro infantil, opina sobre assuntos como o ensino da língua no Brasil , desigualdade social e preconceito. Quanto ao ensino ele afirma: "Acho preocupante, porque em muita gente bem letrada vemos alguns erros muito repetidos[...] eu não sei dizer o quanto estão batalhando contra isso nas escolas, mas imagino que, como sempre, os professores têm aquela luta árdua. Ganham mal e têm de enfrentar vários turnos de trabalho. Seria legal ver a galera com um linguajar mais amplo e adequado a cada situação da vida. Nunca será, é claro, um portugês corretíssimo e nem é pra ser, as regras vão mudando e ficando ultrapassadas[...].
Gabriel o pensador é referência, não só pela crítica social cunhada em suas músicas, mas também pela forma com que utiliza a linguagem; misturando conceitos, embaralhando as idéias e sintetizando em suas obras um conhecimento sofisticado e um requintado bom humor.