quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Carlito Marrom


O projeto Música Falada que aconteceu no Teatro Castro Alves, no dia 5, mostrou uma outra faceta do compositor Carlinhos Brown. Diferente da agitação do carnaval baiano, Brown mostrou-se como intérprete, dosando a emoção e abrindo a alma. Apresentou poemas, descrevendo a si mesmo como "fazedor de versos". Mostrou sucessos como Meia Lua Inteira e A Namorada com arranjos bem diferentes; "Vou apresentar às pessoas a capacidade que a canção de carnaval tem de se transformar", declarou ele ao jornal A Tarde . O improviso, como sempre, foi a marca do seu show. Como principal inovação, Brown mostrou seu lado cantor, menos conhecido pelo espectador baiano. Ele mesmo afirmou, também ao jornal A Tarde: "As pessoas vão ouvir melhor o cantor, sem ser o Carlinhos Brown experimentalista, vão me conhecer como a Europa me conhece, cantando canções já acabadas e vão ficar surpresas."

Esse show só fez confirmar a natureza inventiva de Brown, que tem em si a arte de fundir, redescobrir e percutir sons. É uma fusão de músico e militante, não de uma raça, mas de uma rica multiplicidade cultural. Ele redescobre e reinventa o timbau com sua flexibilidade e versatilidade. É mais do que um simples percussionista, é uma fusão de sons e estilos,veículo de uma obra maior.
O próximo e último show do projeto Música Falada esse ano contará com a participação da banda Chiclete com Banana, no dia 5, às 21 horas. O projeto visará resgatar contos e canções dessa que é uma das mais importantes bandas de axé da história.

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